Já tinha tudo para ser diferente. Começou na quinta passada,
deixou os cabelos na segunda e as forças na nova quinta. O que aconteceu foi
que eu trabalhei o cansaço.
Osório disse a seguinte frase: “Isso acontece quando ficamos
muito emotivos”.
“O
maior inimigo do riso é a emoção. Isso não significa negar, por exemplo, que
não se possa rir de alguém que nos inspire piedade, ou mesmo afeição: apenas,
no caso, será preciso esquecer por alguns instantes essa afeição, ou emudecer
essa piedade. Talvez não mais se chorasse numa sociedade em que só houvesse
puras inteligências, mas provavelmente se risse; por outro lado, almas
invariavelmente sensíveis, afinadas em uníssono com a vida, numa sociedade onde
tudo se entendesse em ressonância afetiva, nem conheceriam nem compreenderiam o
riso. [...] O cômico exige algo como certa anestesia momentânea do coração para
produzir todo o seu efeito. Ele se destina à inteligência pura.”
BERGSON, Henri. “O riso – ensaio sobre a
significação do cômico”.
Foi o dia que entreguei a carta pra Dona Helena, a mesma que
descrevi no último relatório. Com direito a leitura em voz alta. Realmente, foi
um dia emocional.
A mesma carta acompanhada de um envelope que desenhei uma
bola vermelha no meio do papel branco. O que seria aquele pedaço de papel
carregado de palavras emotivas?
Quando usamos a “inteligência pura” seria um nariz vermelho
no envelope branco, a bandeira do Japão, o planeta marte no vácuo escondendo
suas luas?
Esse foi o motivo que levou a essa perda de energias. A
batalha das inteligências e das emoções. Como as duas entram em conflito num
ambiente onde vivenciam os extremos de ambos os lados. A reflexão que fico
deste dia, a mesma que já havia tendo a algum tempo, é que mais que boa vontade
o que é necessário nessa profissão é a responsabilidade. Viva as emoções e viva
as puras inteligências.
VIVA AS EMOÇÕES ...VIVA OS RISOS E VIVA AS LÁGRIMAS TAMBÉM !!
ResponderExcluir